Não só em quantidade o evento destacou-se. A variedade e a qualidade dos automóveis chamaram a atenção não só do público leigo como também dos próprios expositores. Organização, localização e segurança também proporcionaram tranqüilidade, conforto e confiança para todos. O presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), Henrique Nehrer Thielmann, abrilhantou o encontro.

Os veículos ficaram expostos em um dos pontos turísticos mais visitados e bonitos da capital do país, o Pontão do Lago Sul. Um centro bucólico de lazer e gastronomia com muito verde, clima de praia, por estar localizado à beira do Lago Paranoá, e um pôr-do-sol imperdível. Quem passasse pela Ponte Costa e Silva já poderia avistar os veículos no gramado. Foi o caso do alemãoWolsgang Franz Telousek, que ao cruzar a ponte para ir ao Aeroporto, avistou um Karmann Ghia TC e solicitou ao taxista que parasse no evento. Ele tem um Karmann Ghia conversível. Telousek tirou várias fotos; conversou com expositores e organizadores e ainda se disponibilizou a realizar eventos conjuntos entre Brasil e Alemanha, ampliando assim as nossas fronteiras.

A maioria dos carros era nacional, com alguns historicamente bastante representativos como GT Malzoni, JK, Lorena e Uirapuru. Entre os importados, houve uma variedade significativa como Corvette, Ford, Maserati, Mustang, Porsche, Rolls Royce e Thunderbird.

De acordo com o presidente do Veteran Car Club Brasil – Brasília, José Pereira da Luz Filho, o encontro superou as expectativas. “A localização possibilitou o acesso dos veículos ao público leigo, o que fez com que expandíssemos nossas fronteiras. Conseguimos novos associados e ajudamos pessoas que gostariam de restaurar seus carros e não sabiam como. Pela primeira vez só aceitamos veículos com idade mínima de 25 anos. Além disso, tivemos contato com as autoridades ligadas à área de trânsito, o que proporcionou uma maior aproximação entre governo e sociedade civil”, disse Pereira.

A premiação também inovou. Somente automóveis com 30 anos ou mais poderiam ser escolhidos. Um mesmo expositor não ganharia dois troféus, assim como os premiados no último encontro do Centro-Oeste deveriam dar a chance para outros colecionadores neste ano. Os veículos premiados estavam elencados em 12 categorias – Veículo Nacional Mais Antigo, Veículo Importado Mais Antigo, Votação Popular, Veículo que veio Rodando de Mais Longe, Veículo Nacional até 1969, Veículo Nacional de 70 a 79, Esportivo Nacional até 1969, Esportivo Nacional de 70 a 79, Veículo Importado até 1969, Veículo Importado de 70 a 79, Esportivo Importado até 1969, Esportivo Importado de 70 a 79.

A Federação Brasileira de Veículos Antigos premiou o veículo que comprovou o histórico mais antigo com o proprietário, por meio do Troféu José Aurélio Affonso Filho, em uma homenagem póstuma ao último presidente da FBVA. Trata-se de um reconhecimento para quem conserva o antigo em perfeito uso e tem muitas histórias para contar. O ganhador foi Augusto Freire, proprietário da DKW Vemaguet 1964, adquirida pelo seu pai, Raul Freire, naquele ano e pertencente à família desde então.

O colecionador não podia sonhar com outro prêmio. “Meu pai comprou o carro em uma das nossas viagens de férias para o Rio de Janeiro. Eu tinha oito anos de idade. Ele pensou em vender várias vezes o veículo, mas eu o impedia. Foi o meu primeiro carro quando comecei a dirigir, assim como dos meus dois irmãos mais novos. Viajamos demais com o automóvel, que rodou sem parar por 30 anos. Depois ele ficou parado uns dez anos e então resolvi restaurá-lo. Foi aí que entrei em contato com os clubes de carros antigos. Para mim, essa premiação é a coroação de todo meu empenho em restaurar e conservar uma paixão antiga”, testemunhou Freire.

Ao som dos anos 60 com as bandas The Originals e Let It Beatles, os colecionadores festejaram o encontro, que teve participação recorde de público e expositores e gerou excelentes expectativas para os próximos eventos.


Texto: Maria Moraes Luz
Organização do Evento: Veteran Car Club Brasil - Brasília