- Como você conseguiu ser selecionado para o 13º Rallye Historique de Monte Carlo?

Luis Cézar
- Foi um trabalho de um ano. A história é longa, mas resumindo: conversando com um ganhador duas vezes do rallye de Monte Carlo, ele me convidou para fazer parte da pré-lista de seleção. Como já tenho um carro homologado pela FIA (Volvo Amazon 1967), fiz a pré-inscrição há 10 meses. Neste período há um limite facilmente alcançado de duas mil inscrições. Depois disso, aguarda-se a abertura das inscrições em junho pelo Automóvel Clube de Monaco. Há uma série de documentos a serem enviados, como passaporte FIVA, documentos FIA, histórico de rallyes que tanto o carro como o piloto tenham participado, fotos do carro e descrição detalhada da originalidade, e se possui uma carteira de habilitação expedida pelo Automóvel Club de Monaco e/ou uma carteira de piloto de rallye histórico expedida pela FIA. Todos esses documentos foram providenciados. Paga-se a inscrição (algo superior aos 4 mil Euros) e aguarda-se a confirmação do seu nome em lista da FIA.

Neste meio tempo, o carro foi setado para cumprir os 2.500km de rallye (mais 1.200 para chegar a Monaco e mais 1.200 para a volta). Instala-se aparelhos dos anos 60, específicos de rallye e aprovados pela FIA (toda a prova é realizada sob o Apendix K da FIA), assim como coloca-se pneu para neve, cintos e outros temas, todos devidamente homologados pela FIA. Há cinco largadas de vários países europeus (o modelo do rallye de Monte Carlo segue os padrões estabelecidos nos anos 50 – apesar do rallye existir desde 1911). Você tem que escolher duas cidades para a largada (eles escolhem qual você vai largar). No nosso caso escolhemos Barcelona e como segunda cidade Turim. Vamos largar de Barcelona no dia 28 de janeiro, com término em Monaco no dia 3 de fevereiro. Este ano temos 22 nacionalidades, divididas em 340 carros. Nunca um time brasileiro com carro de licença brasileira, participou deste evento – ou seja desde 1911 - ou no rallye histórico, há 13 anos.

 - Quando começou o seu "relacionamento" com os carros antigos?


Luis Cézar - Já coleciono carros há mais de 20 anos e neste mesmo lapso temporal, faço rallyes de carros históricos no Brasil e na América Latina.

 - Qual a importância de uma equipe brasileira participar desse rally?

Luis Cézar
- A importância de um time brasileiro no mais famoso rallye do mundo diria que é um marco e uma abertura para uma futura participação de outros, principalmente, para um incentivo a realizarem este evento com um time (a FIA estabelece uma Equipe de no mínimo 5 carros). Os europeus não gostam muito da participação de não-europeus diante do campeonato interno. É uma luta conseguir participar. Esse ano o museu japonês foi barrado. Muitos museus disponibilizam seus carros para este evento. A experiência será passada para outros que queiram disputar essa prova no futuro, dando dicas de como pilotar na neve e no gelo, ou como acontece no primeiro dia, pilotar em rallye por 21 horas, e por aí vai. O único momento glorioso, é o jantar com o Príncipe Albert II, onde os times são obrigados a comparecer em traje a rigor. O rallye é muito duro, em média 80 carros que largam, não chegam.

 - Você e o João Motta já são parceiros ou foi montada essa parceria para o Rallye de Monte Carlo?


Luis Cézar - Não, a parceria com o João (que é do clube da Mercedes Benz) foi para esse evento. O João é um companheiro que gosta de aventuras. Ele participou agora do rallye histórico do MG Club do Brasil a mais de 1.600 metros (Campos do Jordão), e deu para sentir um pouco do que vai ocorrer nos Alpes (lembrando sempre que a maioria das provas ocorre a noite ou de madrugada). O segundo navegador é o Marcelo Mantelli do Classic Car Club do Rio Grande do Sul – outro grande companheiro.

 


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