Ele conta que a ideia inicial surgiu numa conversa no Veteran Car Club – Clube de Automóveis Antigos do Paraná, logo após a realização do Primeiro Verão dos Veteranos, em 1985. Henrique Meister Neto serviu-se de um guardanapo onde desenhou, com base em seu carro PACKARD 1939 verde, um perfil de automóvel com faróis acesos, ao longe o Cruzeiro do Sul, e envolvendo o desenho uma elipse.
Segundo ele, a ideia da organização veio ao mesmo tempo que a ideia da marca, e isso se deveu ao número de convidados de outros estados no rallye. “Uma vez conhecidos e organizados, nós colecionadores poderíamos dar suporte à ideias de todo o país que viessem a somar na atividade preservacionista, que nos era comum”, relembra.
A logomarca foi criada em 1985, junto com a semente da ideia da organização da Federação. Em 1987 aconteceu em Araxá a memorável assembleia que deu início à FBVA, na qual Francisco Asevedo apresentou a marca aos seus pares numa mesa em que se comungava do mesmo objetivo de fundação da FBVA. Nesta reunião foi aclamado como o primeiro presidente da FBVA José Roberto Nasser, que abraçou a ideia da marca e a conduziu para uma arte final, que é o que se tem hoje com todos os elementos da criação preservados.
Os critérios para a logomarca
Nascida num rabisco sobre um guardanapo, numa das reuniões semanais do clube, a ideia da marca foi com Henrique para o escritório, onde ainda em condição de estudo, feito á mão, ele foi justificando os elementos num memorial. “Os critérios técnicos a serem adotados eram a clareza da expressão da ideia de reunião, em torno de um objetivo – a preservação da história, restauração, exibição e uso do automóvel antigo, dentro de uma identidade nacional”, explica Henrique.
A ideia evoluiu para um desenho mais elaborado e com a justificativa de seus elementos de composição. Conheça cada um:
O AUTOMÓVEL:
De todas as marcas de associações visualizadas até aquele momento, o automóvel como centro do tema, aparecia em visão frontal ou de perfil, ou ainda partes de um automóvel como rodas, volantes, radiadores, faróis. Porém quase sempre estáticos, ou quando não a indicação do movimento se sobrepunha ao automóvel. Insistimos no perfil, colocado de modo a parecer entrando na composição do quadro. Indicava o nascimento de uma nova proposta.
LUZES ACESAS:
No nosso caso a opção por um automóvel com luzes acesas, indicava a luz que se queria lançar sobre o assunto, e sua situação a direita da composição com o faixo de luz atravessando quase dois terços do campo, indicava o alcance que se pretendia com a ideia de congregação.
O CRUZEIRO DO SUL:
O Cruzeiro do Sul deslocado acima do faixo de luz, além de justificar os faróis acesos, indicava a visão de profundidade e abrangência da ideia.
A ELIPSE:
Para conter a ideia numa composição harmônica, que determinasse o escudo da agremiação, a figura da elipse se sobrepôs a qualquer outra forma, indicava em sua proximidade de polos no eixo vertical: a convergência dos ideais dos colecionadores reunidos sob esta nascente marca. E na distância entre laterais no eixo horizontal: a extensão do abraço que a fraternidade propunha sob esta marca.
AS CORES:
O Verde do automóvel veio naturalmente, talvez pelo carro que o inspirou, e o amarelo dos faróis veio como que algo de dissipador para a neblina que pudesse ainda pairar sobre tal ideia de agremiação. Ao colocar o Cruzeiro do Sul, pressupôs-se a noite, porém um fundo escuro não cabia nesta composição, então sobre fundo branco as estrelas se fizeram azuis, indicavam aí as cores, as nossas cores nacionais.
MUDANÇAS:
Ao ser apresentada como marca da Federação Brasileira de Veículos Antigos, em 1987, em Araxá, em reunião que foi marco histórico como a Primeira Convenção – aquela que criou a entidade – a composição foi aceita e encaminhada para arte final, com vistas à sua utilização em diferentes locais, ao se definirem cores para as mais diversas impressões, resultou na apresentação vigente, onde os elementos são preservados e as cores remanejadas.
Emoção à flor da pele
Henrique Meister se emociona ao falar sobre como se sente de volta aos rallyes no mesmo ano que a FBVA comemora seu jubileu: “Para um sonhador, que sobre a mesa de churrasco do Veteran Paraná, ao rabiscar sobre um guardanapo, enquanto conversava com seus pares sobre a necessidade de uma FBVA, só resta uma imensa gratidão aos homens que acreditaram nesta possibilidade e dela fizeram a realidade que hoje vivemos. O país de dimensões continentais, ao preservar sua história pela conservação de automóveis se abriga sob uma marca de fraternidade e mútuo progresso. Vivas à FBVA!”.
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